Você sabe Orar? 

Aprender a orar é um aprendizado para a vida de todo discípulo de Jesus. Os próprios discípulos certa vez pediram a Jesus que os ensinasse a orar (Lc 11.1). Por isso, mesmo depois de tantos anos de caminhada com o Senhor, você sempre deve se perguntar: “Como posso crescer em minha vida de oração? Tenho orado do jeito certo? Tenho buscado as coisas que Deus quer que eu busque?” Veja o que o apóstolo Paulo nos ensina a esse respeito, no texto de Efésios 1.15-19:

Por essa razão, desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor que demonstram para com todos os santos, não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações. Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. (NVI)

Aprendendo a agradecer e a interceder

A gratidão é parte importante da oração. Paulo agradecia a Deus por seus irmãos, reconhecendo a fé e o amor que tinham (v.16). Ele mencionava nominalmente esses irmãos em suas orações que eram incessantes. Infelizmente, muitas vezes, não há espaço para a gratidão em nossas orações. Além disso, elas se concentram em nossas próprias necessidades e de nossa família. Mas precisamos tirar o foco de nós mesmos e olhar para o outro. Agradecer a Deus pela vida de cada irmão, louvar ao Senhor pela fé e pelo amor que têm. E fazer isso de forma constante, todos os dias, sem interrupção.

O apóstolo Paulo também intercedia por seus irmãos, pedindo a Deus que lhes concedesse “espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (v. 17), ou seja, uma sensibilidade espiritual para aprofundar o conhecimento de Deus. Isso não se aprende nas séries de TV, nem nas redes sociais. Isso se aprende no secreto de nosso quarto, na companhia do Espírito Santo. Essa percepção espiritual deve nos levar a conhecer a Deus mais e melhor.

Paulo se concentrava em pedir o que realmente é prioridade em nossa vida: conhecer a Cristo. Muitas vezes, nos perdemos em nossas orações porque perdemos de vista o que é essencial: crescer no conhecimento de Deus, desfrutar dele, de Cristo, daquele que “a tudo enche em todas as coisas” (v. 23). Quem é Jesus, como ele age, o que ele ama, o que deseja, qual sua vontade? Precisamos saber a resposta a essas perguntas para conhecer Jesus íntima e profundamente.

Um coração iluminado e cheio de esperança

A oração de Paulo não parava por aí. Ele ainda pedia que Deus iluminasse “os olhos do coração” (v. 18a). Nossos olhos precisam ser abertos para a realidade espiritual. Estamos muito concentrados na matéria, nas coisas que se veem. Nosso coração está insensível, estamos como que anestesiados diante da vida. Isso só vai mudar, se mudarmos nossa oração: “Senhor, ilumine os olhos do nosso coração, dá-nos visão, dá-nos, sensibilidade para o teu Reino, as tuas coisas.”

Paulo desejava que os irmãos de Éfeso soubessem qual era a esperança de sua vocação, a riqueza da sua herança e a grandeza do poder de Deus (vv. 18,19). Três coisas importantíssimas, que no dia a dia agitado e ocupado, tendemos a nos esquecer. Precisamos de esperança, mas essa esperança está firmada no chamado de Deus para nós. Somos seus filhos, santos e amados, escolhidos para mostrar às pessoas, com nossa vida, o caráter de nosso Deus: esta é nossa vocação. Precisamos voltar nosso olhar para “a riqueza da glória da herança” que temos em Cristo. Uma herança incorruptível, da qual em poucos anos já estaremos usufruindo. E por último, precisamos da “suprema grandeza do seu poder sobre nós”. Sem o poder do Espírito, somos incapazes de viver a vida que Deus deseja para nós. Esse poder é grande, é enorme, é o poder que sustenta todo o universo. Ora, por que então, temos vivido com medo e desanimados? Porque não temos orado como devemos. Que essas lições aprendidas com Paulo possam nos motivar a orar como o Senhor deseja que oremos.

escrito por Noemi Altoé Silva

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