terça-feira, 25 de outubro de 2022

Momento teológico com Benjamim


Momento teológico com Benjamim

Escrito por  Noemi Altoé Silva

    Um dia desses, de tardezinha, logo depois que eu ajudei a minha mãe (de 92 anos, com Alzheimer) a tomar um banho, fui para o outro quarto e vi que o Benjamim, meu caçula de 10 anos, estava deitado com uma carinha triste, com os olhos meio vermelhos, um provável indício de que talvez tivesse chorado, não sei ao certo. Sentei na cama. enquanto ele me perguntava: “Mãe, o que é depressão?”
    Eu tentei explicar as características, os sintomas dessa doença que tem afligido tanta gente ultimamente. De forma simples, expliquei que é uma doença que faz a pessoa perder o ânimo e ficar sem energia para fazer as coisas; nos casos mais graves, a pessoa tem insônia, não quer comer nem tomar banho, só quer ficar deitada e sente muita tristeza. Então eu perguntei se ele estava triste. Ele falou: “Fiquei triste agora”.

    Eu bem sabia a causa daquela tristeza, logo mais explico, mas aproveitei o momento para explicar que às vezes, no entardecer, muitas pessoas sentem uma tristeza, que não é depressão. Perguntei se ele sabia de onde vinha essa tristeza e como ele respondeu que não, mentalmente pedi ao Espírito que usasse aquele momento para falar com o Benjamim. Então continuei: “Uma forma de entender isso é voltando lá para o Jardim do Éden. Sabia que o entardecer era o momento quando Deus caminhava pelo jardim e tinha um tempo com Adão e Eva? (Algumas versões da Bíblia dizem “quando soprava a brisa do dia” - NVI ou “na viração do dia” – ARA, Gn 3.8).
    Eles conversavam, ficavam observando o jardim, a criação. Mas o que aconteceu no dia em que Adão e Eva pecaram? Isso mesmo, eles se esconderam de Deus. E o que mais aconteceu, o que eles sentiram? Tristeza, culpa, solidão, vergonha. Muitas vezes, a gente sente essa tristeza no entardecer porque no nosso coração, é como se a gente lembrasse de algo muito ruim que aconteceu nesse horário; porque nós somos descendentes, filhos de Adão, e o pecado que eles cometeram lá atrás acompanha toda a humanidade.”

    Tentei explicar isso em palavras que ele entendesse, mas enquanto eu ainda falava, ele viu atrás da porta do quarto o escovão da minha mãe e totalmente curado da depressão que o acometera minutos antes, pulou em cima e pediu: “Mãe, me puxa?” O depressivo já estava querendo brincar de escorregar pela casa da vó em cima de um escovão! Na verdade, aquela “depressão” tinha uma explicação: tínhamos passado o dia todo na casa da vó Nora, sem internet, e ele foi obrigado a brincar, jogar bola, montar quebra-cabeça, ler, montar lego e quando as opções se esgotaram, veio o tédio, que segundo alguns especialistas, é excelente para o desenvolvimento da criança. Particularmente eu fiquei muito feliz com essa “depressão” do Benjamim, por dois motivos: primeiro porque ele ficou um dia inteiro sem internet, mas principalmente, porque tive mais uma oportunidade de aplicar o texto de Deuteronômio 6.6,7: “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.

    Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”.
    Minha oração é que nossa vida esteja tão impregnada da Palavra de Deus, que falemos  dela com os nossos filhos ao longo do dia, aproveitando todos os momentos possíveis para ensiná-la com persistência.


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