sexta-feira, 24 de novembro de 2023

A falta de autenticidade e a ansiedade

 

A falta de autenticidade e a ansiedade

Escrito por Daniel Bento

  Todos nós sofremos com preocupações e medos que podem gerar algum tipo de ansiedade. Apesar de ser um mecanismo natural que todo ser humano tem para se relacionar com coisas que ainda irão acontecer, a ansiedade pode se tornar um problema, caso se instale como uma constante na vida da pessoa.

  O próprio Jesus, ao celebrar a última Páscoa com seus discípulos, e instituindo a ceia, declarou “Desejei ansiosamente comer esta páscoa com vocês antes de sofrer” (Lc 22.15), no sentido de desejar ardentemente, isto é, com muita expectativa durante a espera, não com uma preocupação exagerada. Essa ansiedade se traduz em alegrar-se com a expectativa de algo bom que vai acontecer, preparando-se para aquele momento. Como já disse, trata-se de uma ansiedade natural e até saudável da psiquê humana.

  No entanto, mesmo uma ansiedade positiva pode avançar para um quadro de transtorno de ansiedade. Todos experimentamos ansiedade em níveis diferentes, por isso, precisamos lutar para não andarmos ansiosos. Quando o Senhor Jesus diz para não andarmos ansiosos é porque ficaremos ansiosos em algum momento, mas é preciso ficar atento para que esse estado não se perpetue e continuemos ansiosos. Isso não seria bom e traria prejuízos para nós.

  Uma das causas ou raízes que podem gerar um quadro de ansiedade na vida de alguém é algo que o Senhor Jesus destaca como hipocrisia, em Lucas 12.1: “Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”. Podemos entender a hipocrisia mencionada por Jesus como um estilo de vida dupla em que as pessoas tendem a ter um comportamento em que os de fora veem e identificam como uma vida pura, santa e de relacionamento com Deus, mas na verdade, os seus corações estão afastados de Deus. Esse tipo de atitude é como o fermento que leveda toda a massa. Um pouquinho de fermento é capaz de fazer um punhado de trigo crescer. O mesmo acontece com o mal: quando entra na nossa vida, ainda que em pequena dimensão, é capaz de crescer e contaminar todas as áreas, todos os aspectos do nosso ser.

  A hipocrisia a que Jesus se refere começa quando algo está oculto no nosso coração, mas que externamente apresentamos de outra forma. Muitas pessoas têm uma conduta agradável, gentil e bondosa diante de um grupo, mas nas quatro paredes de sua casa são irascíveis, vingativas, egoístas, mesquinhas e, por vezes, até violentas. Completamente diferente do que aparentam ser. Esse tipo de vida dupla não é bom porque, além de experimentarmos o que não é a verdade, gastamos uma energia psíquica enorme para mantermos uma aparência, em vez de vivermos de fato o que está em nosso coração. Esse esforço de ocultar para manter as aparências faz a alma adoecer, deixa a pessoa exaurida, causa estresse, desgaste e ansiedade, levando alguns a quadros mais severos em que será necessária tratar com terapia e até medicamentos.

  Sendo assim, o Senhor Jesus faz esse alerta para tomar cuidado com o que de fato nós somos. Será que o que exteriorizamos reflete a verdade de quem somos, é a expressão real de nosso ser, de nosso íntimo? Por isso, vale a pena refletir: Como você de fato é? Ao olhar para você, as pessoas estão vendo sua verdadeira essência? Você é uma pessoa de fato autêntica e transparente ou tem se esforçado muito para encobrir e ocultar coisas em seu coração? As pessoas podem dizer que o conhecem de verdade ou ficariam surpresas com quem de fato você é? Como é o seu relacionamento com seu cônjuge, filhos, pais, colegas de trabalho, vizinhos, amigos?

  Lembre-se, a hipocrisia ou vida dupla tem um potencial de causar exaustão emocional, trazendo um cuidado exagerado com as coisas da vida. Ainda a respeito da hipocrisia, Jesus declarou: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido. O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados” (Lc 12.2-3). Todas as coisas terão de vir à tona em algum momento e principalmente, no juízo final, quando tudo ficará exposto e prestaremos conta daquilo que fizemos.

  Assim, para que não tenhamos prejuízo neste dia, e para experimentarmos uma vida livre da ansiedade, arrependa-se e confesse tudo que estiver oculto em seu coração e experimente a liberdade de uma vida autêntica e verdadeira.

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