Famílias disfuncionais:
O perigo de filhos favoritos
Escrito por Daniel Bento
Ao olhar para Gênesis 27, vemos que Deus toma o cuidado de registrar que as pessoas que Ele usa são pessoas comuns, em situações difíceis, de lares não funcionais. Isso nos mostra que Deus usa pessoas que aos nossos olhos são improváveis e Ele tem o poder e a graça para transformar esses lares, a fim de que sirvam para a sua honra e glória. No texto de Gênesis 27, há uma demanda complicada tanto no relacionamento de Isaque e Rebeca, como de Esaú e Jacó, os irmãos gêmeos. Isaque e Rebeca estão divididos, não se entendem, a ponto de Rebeca arquitetar um plano para enganar o marido, com a participação do filho Jacó, favorito dela. Isaque está bem velho, não consegue mais enxergar e ele também tem um filho preferido, Esaú. Em Gênesis 25:27,28 vemos que “Os meninos cresceram. Esaú tornou-se caçador habilidoso e vivia percorrendo os campos, ao passo que Jacó cuidava do rebanho e vivia nas tendas. Isaque preferia Esaú, porque gostava de comer de suas caças; Rebeca preferia Jacó.”
Vemos aqui um lar dividido porque os pais resolveram
ter filhos preferidos. Lares que têm mais de um filho, correm esse risco.
Embora o favoritismo seja impossível em lares com filho único, ainda assim há
dois riscos: a negligência e a superproteção. O ideal em uma família funcional
e saudável é que, seja com filho único, seja com vários filhos, cada um receba
a atenção adequada, na medida certa, sem preferidos.
Principais causas de filhos favoritos no lar
Para entender e evitar esse erro, vejamos algumas
razões que levam os pais a ter filhos favoritos.
Por causa de uma habilidade (ex: muito inteligente, talento para música, saber cozinhar) ou uma necessidade especial (por ter alguma questão de saúde, alguma limitação). No episódio em questão, Isaque se identificava com Esaú por ele ser um exímio caçador e cozinheiro, sabia preparar a caça como ninguém, exatamente do jeito que o pai gostava. Já Rebeca, se identificava com Jacó que era mais caseiro, gostava de ficar nas tendas, cuidava do rebanho.
Afinidade que pode causar projeção. A afinidade do pai com o filho pode gerar uma projeção. Pais que projetam nos filhos seus próprios sonhos frustrados (ex: uma carreira que ele gostaria de ter seguido, por exemplo).
Semelhança de família. Um filho se parece mais com a própria família de origem; os pais têm a tendência a repelir os filhos que apresentam características e semelhanças da família do cônjuge.
Por ser homem ou mulher. Por exemplo, em certas famílias só há filhas, então, quando nasce um menino, ele se torna o favorito, por ser o único homem da família.
(No próximo post veremos as consequências
nocivas do favoritismo de filhos para a família).
Pr. Daniel Bento
Pastor
batista e psicanalista clínico
Pós-graduado em
Aconselhamento
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