Gratidão pela chegada de um filho
Escrito por Noemi Altoé Silva
“E ela dizia: ‘Isto é
obra do Senhor! Agora ele olhou para mim favoravelmente, para desfazer a minha humilhação
diante do povo.’” (Lc 1:25)
Para mim foram sete anos de espera, mas para Isabel, foram décadas. E então, o milagre da gravidez aconteceu! Na minha história, o nosso primeiro filho chegou após algumas dificuldades para engravidar porque eu não ovulava e demorou um pouco para descobrirmos que essa era a causa. Na verdade, nos dois primeiros anos de casamento, prevenimos uma possível gravidez, fazendo uso de contraceptivos, mas a partir do terceiro ano de casados, consideramos que seria o tempo ideal para aumentar a família. No entanto, foi preciso uma considerável “peregrinação” a médicos e laboratórios para realizar consultas, procedimentos e exames até chegar ao diagnóstico final: estava tudo bem, só que a minha ovulação precisava ser estimulada. E um dos médicos que consultamos foi um instrumento de Deus para que, após três meses de tratamento com um medicamento específico, o Jônatas pudesse ser concebido. Após um período de dúvidas, incertezas, medos, tristezas, fé e muita oração, finalmente o nosso presente de Deus (esse é o significado do nome Jônatas) foi gerado. Valeu a pena toda a espera e Deus nos deu essa alegria e bênção de sermos pais; somos eternamente gratos a Ele por nosso primogênito (e pelos outros dois que vieram depois também!).
A
espera de Isabel, porém, foi muito mais longa. Ela já era idosa (Lc 1:18) e
todos os dias, tinha de enfrentar a vergonha e a humilhação de sua
esterilidade. Em meio a todo o sofrimento de uma esperança adiada (Pv 13:12),
um dia seu marido (que era sacerdote e quando lhe cabia o turno servia no
templo em Jerusalém) voltou mudo para casa, por ter duvidado da promessa de um
filho, após ter recebido uma mensagem do anjo Gabriel, garantindo que Isabel,
sua mulher, ficaria grávida. Certamente já na pós-menopausa, Isabel
experimentou o milagre da concepção de um filho que traria “prazer e alegria”
(Lc 1:14) não só aos pais, mas a toda a comunidade em que viviam, pois seria o
precursor do Senhor Jesus, seria aquele que prepararia o caminho, os corações e
as mentes dos judeus para ouvirem o evangelho de salvação que o próprio Senhor
Jesus iria proclamar. Um filho que morreria jovem, de maneira brutal, porém,
cumpriria o propósito para o qual Deus o criara. Um filho celebrado, motivo de
grande alegria e gratidão para Zacarias e Isabel!
A
mulher que tem o privilégio de ser mãe, tenha esperado muito tempo ou tenha
ficado grávida na lua de mel, deve ser grata pela maternidade. Está mais do que
na hora de as mães desta geração, se unirem em coro a Isabel para dizer: “Foi o
Senhor que fez isto”! Um filho é obra de Deus na nossa vida, é a ação
maravilhosa e miraculosa do Criador, proporcionando às mulheres algo
inigualável e inestimável. Ser mãe não é uma escravidão e um fardo como as
ideologias anticristãs tentam nos convencer. Na época de Isabel a esterilidade
era algo humilhante para a mulher; no entanto, em nossos dias parece que as
coisas se inverteram e a mulher que deseja ser mãe ou tem muitos filhos
(leia-se: mais de dois) pode ser desmotivada, criticada e até mesmo
discriminada. Muitas são as vozes contrárias que tentam convencer as mulheres a
abrir mão da maternidade e investir em sua carreira, buscar sua liberdade,
usufruir de sua independência. Porém, não há bem comparado à maternidade,
apesar de todos os desafios, sofrimentos e dificuldades que ela traz consigo.
Se você é mãe, Deus atentou para você com favor e lhe deu um privilégio que
deve ser motivo de louvor e gratidão todos os dias.
Noemi Altoé Silva
Casada há 28 anos com Daniel e mãe de três filhos (Jônatas,
Timóteo e Benjamim); formada em Letras pela Unicamp e apaixonada por ler e
escrever.
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