Primeiras Impressões da Autobiografia de Madame Guyon
Escrito por Noemi Altoé Silva
Desde que meu livro chegou, não
consigo parar de ler… A história dessa mulher que viveu numa época muito
diferente da nossa, porém que conheceu o Senhor intimamente e o amou com
devoção e intensidade, é fascinante. É maravilhoso ver como ela aprendeu
através das tribulações e desenvolveu uma devoção genuína e sincera ao Senhor.
Estou me referindo à autobiografia de Jeanne Marie Bouvier de La Motte (1648-1717),
conhecida como Madame Guyon.
Ainda estou na página 72 (de um
livro de 406 páginas), mas como ela vai narrando os eventos de sua vida e
mesclando com reflexões sobre seu relacionamento com Cristo, o texto é leve e
fluente. Então, o fato de ser um livro grosso não deve assustar ninguém,
principalmente quem não gosta muito de ler.
Enquanto leio, consigo visualizar
os ambientes, as pessoas que ela descreve, as situações (algumas até bem
bizarras, como quando ela interpretou o versículo de Cantares 8.6 (“Põe-me como
selo sobre o teu coração”) literalmente e decidiu “escrever aquele sagrado e
adorável nome, em letras grandes, no papel e, com laços e uma agulha, eu o
preguei à pele em quatro lugares” (p. 46). Temos que considerar que, quando fez
isso, ela era uma criança e na maior parte do tempo, os pais totalmente
ausentes.
Desde a infância, Jeanne sofreu
muito com enfermidades e pelo fato da mãe preferir o irmão e deixá-la de lado,
aos cuidados dos empregados. Mas cada dificuldade que passou serviu para quebrar
seu orgulho e autossuficiência e trazê-la para os pés do Senhor.
Até agora, posso destacar dois
trechos do livro que já me ensinaram muito. O primeiro é quando ela começa a
tomar consciência de sua pecaminosidade e percebe o quanto era orgulhosa. Identifiquei-me
com ela, especialmente no trecho em que relaciona a ira ao orgulho. Quem não
tem dificuldades com ira, descontrole e explosões de raiva, que atire a
primeira pedra… Veja o que ela diz: “(…) a ira é filha do orgulho. Uma pessoa
verdadeiramente humilhada não permite que nada lhe deixe com raiva. Assim como
o orgulho é o último a morrer na alma, a paixão é a última a ser destruída na
conduta externa. Uma alma totalmente morta para si mesma não encontra raiva
alguma dentro dela” (p. 44).
Outro trecho muito inspirador é
quando Madame Guyon, ainda menina, já descobre a importância da oração para
manter sua intimidade com Deus. Ela havia afrouxado essa disciplina e já
começava a perceber que, por estar orando pouco, seu amor por Deus estava
esfriando.
“Ó, meu Deus, se todos soubessem o valor da oração, a grande
vantagem obtida pela alma quando conversa contigo, e de que consequência é para
sua salvação, iriam aplicar-se a ela. É uma fortaleza na qual o inimigo não
pode entrar.” (p. 52). E acrescenta: “Esqueci-me da fonte de água viva quando
abandonei a oração. Tornei-me como uma vinha exposta à pilhagem, com cercas
vivas destruídas para que, com toda a liberdade, os que passassem por ela a
destruíssem” (p.54).
Se parasse a leitura por aqui
(algo impensável!), essa mulher do passado já teria influenciado minha vida.
Mas quero continuar na companhia dela pelas próximas 334 páginas. Além de
viajar no tempo e conhecer um pouco como era a vida de nossos irmãos dos
séculos XVII-XVIII, a leitura dessa autobiografia é equivalente a fazer uma
imersão em espiritualidade e um verdadeiro despertamento para com as
disciplinas cristãs.
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🙋 Eu quero o livro Autobiografia de Madame Guyon.
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