quarta-feira, 27 de julho de 2022

Tentação: Cair ou Vencer?


Tentação: Cair ou Vencer?

Escrito por Noemi Altoé Silva

 É possível vencer as tentações, mas precisamos entender como elas funcionam e por que somos seduzidos por nossa própria cobiça e pelas ciladas do diabo. Trata-se de uma guerra e somente pode vencê-la quem é conhecedor das estratégias adequadas e hábil no uso delas. Por isso, vale a pena estudar na Bíblia o fracasso e a vitória sobre a tentação. Podemos e devemos aprender com as duas experiências.

 O fracasso começou no Éden quando Eva se encantou com a proposta do diabo e cedeu a cada investida de nosso inimigo. Primeiro ela deu ouvidos às mentiras de Satanás, que já começou distorcendo o que Deus havia dito, visto que a pergunta feita à mulher (Gn 3.1) continha uma acusação contra Deus: a de que ele não permitia que comessem do fruto de nenhuma árvore. As outras mentiras vieram na sequência da conversa suja: vocês não vão morrer e Deus não ama vocês, porque ele os está privando de algo bom, que é o conhecimento do bem e do mal.
 Deu para perceber que o engodo começa na mente, no que você ouve, no que você pensa, em como é enrolado pelas argumentações, pelas ideias anti-Deus. Estamos acostumados com isso, porque o diabo continua usando essa estratégia contra nós.

 Além disso, teve a sedução por causa de nossa própria maldade (concupiscência – Tg 1.14,15). Eva se enrolou toda porque “viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento” (Gn 3.6).
 O olhar é a porta de entrada de tantos pecados: adultério, consumismo, inveja, mentira, orgulho… Na verdade, todos os nossos sentidos, quando desenfreados e satisfeitos, nos levam a cair como patos. Mas em vez de água límpida e fresca, caímos na lama pútrida, viscosa e sufocante. 

 Eva caiu, Adão caiu e nós caímos. Mais do que gostaríamos, mas ainda assim, continuamos a cair. O desespero da queda continua a nos esmagar. Somos tentados todos os dias. As estratégias continuam as mesmas: mentira, sedução, desejos. Sofremos os efeitos desta queda todos os dias: medo, alienação, vergonha, culpa, solidão, inadequação, afastamento, desconexão (em relação a Deus e às pessoas), maldição, sofrimento, dor, morte. É possível parar essa máquina de triturar gente e transformar pessoas feitas à imagem e semelhança de Deus em destroços e cacos, arremedos de ser humano?

 A resposta é Jesus. Ele foi tentado mas nunca pecou. Ele sofreu a mesma investida do diabo: mentiras, ideias contrárias a Deus, manipulação e distorção da palavra, apelos aos sentidos. Claro que Jesus rebateu tudo com a Palavra (Mt 4.1-11). Mas não foi só isso. Ele conhecia o Pai, andava com ele, tinha intimidade, passava tempo (muito tempo) em oração. Ele havia mortificado os desejos de seu corpo (por comida, por exemplo) jejuando durante 40 dias.
 Não é à toa que caímos nas tentações. Somos indisciplinados, preguiçosos, folgados. Talvez até conheçamos a Palavra e saibamos citar a bíblia de cor, rebatendo as mentiras do diabo intelectualmente. Ponto positivo. Mas fracassamos terrivelmente quando o assunto é espiritualidade. Falo por mim. Meu velho homem está vivo demais. Minha carne está bem alimentada. Cuido dela diariamente satisfazendo cada capricho.
 Mas o espírito, ganha as migalhas, fica raquítico, fraco, anêmico. O que fazer? Parar de fingir e assumir nosso pecado, nossa vergonha, nossa fraqueza. A vida não é um jardim de infância. É guerra. E como diz o pastor John Piper, “não fique apenas reclamando de seus fracassos, faça guerra” (vídeo do Youtube, intitulado Faça Guerra, do canal “Voltemos ao Evangelho”).
 É o que diz o autor de Hebreus “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue” (Hb 12.4). O que vamos fazer: ceder ou lutar, cair ou vencer?



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