Tentação: Cair ou Vencer?
Escrito por Noemi Altoé Silva
É possível vencer as tentações,
mas precisamos entender como elas funcionam e por que somos seduzidos por nossa
própria cobiça e pelas ciladas do diabo. Trata-se de uma guerra e somente pode
vencê-la quem é conhecedor das estratégias adequadas e hábil no uso delas. Por
isso, vale a pena estudar na Bíblia o fracasso e a vitória sobre a tentação.
Podemos e devemos aprender com as duas experiências.
O fracasso começou no Éden quando
Eva se encantou com a proposta do diabo e cedeu a cada investida de nosso
inimigo. Primeiro ela deu ouvidos às mentiras de Satanás, que já começou
distorcendo o que Deus havia dito, visto que a pergunta feita à mulher (Gn 3.1)
continha uma acusação contra Deus: a de que ele não permitia que comessem do
fruto de nenhuma árvore. As outras mentiras vieram na sequência da conversa
suja: vocês não vão morrer e Deus não ama vocês, porque ele os está privando de
algo bom, que é o conhecimento do bem e do mal.
Deu para perceber que o engodo
começa na mente, no que você ouve, no que você pensa, em como é enrolado pelas
argumentações, pelas ideias anti-Deus. Estamos acostumados com isso, porque o
diabo continua usando essa estratégia contra nós.
Além disso, teve a sedução por
causa de nossa própria maldade (concupiscência – Tg 1.14,15). Eva se enrolou
toda porque “viu que a
árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável
para dela se obter discernimento” (Gn 3.6).
O olhar é a porta de entrada de
tantos pecados: adultério, consumismo, inveja, mentira, orgulho… Na verdade,
todos os nossos sentidos, quando desenfreados e satisfeitos, nos levam a cair
como patos. Mas em vez de água límpida e fresca, caímos na lama pútrida,
viscosa e sufocante.
Eva caiu, Adão caiu e nós caímos.
Mais do que gostaríamos, mas ainda assim, continuamos a cair. O desespero da
queda continua a nos esmagar. Somos tentados todos os dias. As estratégias
continuam as mesmas: mentira, sedução, desejos. Sofremos os efeitos desta queda
todos os dias: medo, alienação, vergonha, culpa, solidão, inadequação,
afastamento, desconexão (em relação a Deus e às pessoas), maldição, sofrimento,
dor, morte. É possível parar essa máquina de triturar gente e transformar
pessoas feitas à imagem e semelhança de Deus em destroços e cacos, arremedos de
ser humano?
A resposta é Jesus. Ele foi
tentado mas nunca pecou. Ele sofreu a mesma investida do diabo: mentiras,
ideias contrárias a Deus, manipulação e distorção da palavra, apelos aos
sentidos. Claro que Jesus rebateu tudo com a Palavra (Mt 4.1-11). Mas não foi
só isso. Ele conhecia o Pai, andava com ele, tinha intimidade, passava tempo
(muito tempo) em oração. Ele havia mortificado os desejos de seu corpo (por
comida, por exemplo) jejuando durante 40 dias.
Não é à toa que caímos nas
tentações. Somos indisciplinados, preguiçosos, folgados. Talvez até conheçamos
a Palavra e saibamos citar a bíblia de cor, rebatendo as mentiras do diabo
intelectualmente. Ponto positivo. Mas fracassamos terrivelmente quando o
assunto é espiritualidade. Falo por mim. Meu velho homem está vivo demais.
Minha carne está bem alimentada. Cuido dela diariamente satisfazendo cada
capricho.
Mas o espírito, ganha as migalhas, fica raquítico, fraco, anêmico. O
que fazer? Parar de fingir e assumir nosso pecado, nossa vergonha, nossa
fraqueza. A vida não é um jardim de infância. É guerra. E como diz o pastor
John Piper, “não fique apenas reclamando de seus fracassos, faça guerra” (vídeo
do Youtube, intitulado Faça Guerra, do canal “Voltemos ao Evangelho”).
É
o que diz o autor de Hebreus “Na
luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o
próprio sangue” (Hb 12.4). O que vamos fazer: ceder ou lutar, cair ou vencer?
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