quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Criando filhos resilientes



Criando filhos resilientes

Escrito por Noemi Altoé Silva

 Quem nunca se sentiu inadequado, seja por alguma característica física ou intelectual, e desejou mudar aquele traço a fim de adequar-se ao padrão exigido pela maioria?
 Talvez você tenha lutado com isso na adolescência ou ainda lute na idade adulta, mas com certeza, se você é pai de pré-adolescentes ou adolescentes, revive esse drama ao ver seus filhos enfrentando sentimentos de rejeição, tristeza e autoimagem distorcida. Eles se veem como gordos ou magros demais, altos ou baixos demais, feios, desengonçados, sem habilidades nos esportes, antissociais, solitários, lentos para aprender - os extraterrestres da escola (ainda que aos nossos olhos sejam lindos, inteligentes, perfeitos!). Para completar o quadro deprimente, crianças e adolescentes podem ser bastante cruéis e ridicularizar, excluir e até mesmo perseguir colegas, aumentando essa dor e sofrimento.

 A não ser que haja risco de sofrerem violência física, quando então a intervenção deve ser mais ativa e protetora, nosso papel como pais é permitir que os filhos enfrentem esse tipo de situação, para que lidem com a dor e o sofrimento e aprendam a ser resilientes.
 Em vez de tentar proteger os filhos, preservando-os numa bolha e saindo em defesa deles, precisamos confiar que essas experiências tornarão nossos filhos mais fortes e maduros, prontos para viver a vida e vencer cada desafio que se apresentarão a eles.

 Aprendi com meus pais a ter coragem e enfrentar a vida, sem assumir o papel de vítima. Mas essa coragem vinha de Deus, não de mim mesma. Instilar a fé verdadeira nos filhos é a principal forma de ajudá-los a superar todo o sofrimento que enfrentam nesse período da vida. Ontem, numa conversa com meu caçula, tive esse privilégio concedido por Deus de ouvir suas queixas, sua tristeza em relação a uma característica física que o incomoda e gera gozações por parte dos colegas. Aproveitei essa janela de conexão com meu filho e deixei que ele falasse. Foi um momento maravilhoso, em que ele se abriu e buscou ajuda. Apesar da dor e tristeza que esse momento gerou em mim, por ver que meu filho está sofrendo, fiquei feliz também, por saber que ele buscou ajuda e abriu o seu coração. Depois de ouvi-lo, sentamos juntos, abrimos a bíblia no Salmo 139 e pude compartilhar com ele o quanto Deus o ama e o fez de modo especial e extraordinário (v.14).   Apontei para suas qualidades e mostrei que os propósitos de Deus estão acima dos nossos, é um “conhecimento maravilhoso demais e está além do nosso alcance, é tão elevado que não podemos atingi-lo” (v 6). Enquanto me ouvia, seus olhinhos ficaram marejados e em espírito de oração, eu pedia ao Senhor que o consolasse e lhe desse forças, coragem e fé para vencer essa batalha. Aos poucos, percebi que ele foi se acalmando e o olhar já não era de tristeza, mas de paz.
 No meu íntimo, agradeci ao Senhor e continuamos conversando, desta vez sobre planetas. Ele me veio com essa: “Mãe, vi no atlas que tem um planeta novo no sistema solar, sabia? Chama Sedna”. E enquanto eu louvava ao Senhor em meu espírito, pesquisamos no google sobre astronomia…

 Aceite o sofrimento na vida como o método de Deus para nos aperfeiçoar e nos tornar parecidos com Jesus. Ensine isso aos seus filhos, aproveitando momentos de abertura para compartilhar o amor, a sabedoria e o propósito de Deus para eles. Só assim poderemos de fato deixar um legado de fé não fingida aos nossos filhos.


👉 Acesse Livraria Cristã Emmerick.

Nenhum comentário:

Postar um comentário