Criando filhos resilientes
Quem nunca se sentiu inadequado,
seja por alguma característica física ou intelectual, e desejou mudar aquele
traço a fim de adequar-se ao padrão exigido pela maioria?
Talvez você tenha
lutado com isso na adolescência ou ainda lute na idade adulta, mas com certeza,
se você é pai de pré-adolescentes ou adolescentes, revive esse drama ao ver
seus filhos enfrentando sentimentos de rejeição, tristeza e autoimagem
distorcida. Eles se veem como gordos ou magros demais, altos ou baixos demais,
feios, desengonçados, sem habilidades nos esportes, antissociais, solitários,
lentos para aprender - os extraterrestres da escola (ainda que aos nossos olhos
sejam lindos, inteligentes, perfeitos!). Para completar o quadro deprimente,
crianças e adolescentes podem ser bastante cruéis e ridicularizar, excluir e
até mesmo perseguir colegas, aumentando essa dor e sofrimento.
A não ser que haja risco de
sofrerem violência física, quando então a intervenção deve ser mais ativa e
protetora, nosso papel como pais é permitir que os filhos enfrentem esse tipo
de situação, para que lidem com a dor e o sofrimento e aprendam a ser
resilientes.
Em vez de tentar proteger os filhos, preservando-os numa bolha e
saindo em defesa deles, precisamos confiar que essas experiências tornarão
nossos filhos mais fortes e maduros, prontos para viver a vida e vencer cada
desafio que se apresentarão a eles.
Aprendi com meus pais a ter
coragem e enfrentar a vida, sem assumir o papel de vítima. Mas essa coragem
vinha de Deus, não de mim mesma. Instilar a fé verdadeira nos filhos é a
principal forma de ajudá-los a superar todo o sofrimento que enfrentam nesse
período da vida. Ontem, numa conversa com meu caçula, tive esse privilégio
concedido por Deus de ouvir suas queixas, sua tristeza em relação a uma
característica física que o incomoda e gera gozações por parte dos colegas.
Aproveitei essa janela de conexão com meu filho e deixei que ele falasse. Foi um
momento maravilhoso, em que ele se abriu e buscou ajuda. Apesar da dor e
tristeza que esse momento gerou em mim, por ver que meu filho está sofrendo,
fiquei feliz também, por saber que ele buscou ajuda e abriu o seu coração.
Depois de ouvi-lo, sentamos juntos, abrimos a bíblia no Salmo 139 e pude
compartilhar com ele o quanto Deus o ama e o fez de modo especial e
extraordinário (v.14). Apontei para suas qualidades e mostrei que os propósitos
de Deus estão acima dos nossos, é um “conhecimento maravilhoso demais e está
além do nosso alcance, é tão elevado que não podemos atingi-lo” (v 6). Enquanto
me ouvia, seus olhinhos ficaram marejados e em espírito de oração, eu pedia ao
Senhor que o consolasse e lhe desse forças, coragem e fé para vencer essa
batalha. Aos poucos, percebi que ele foi se acalmando e o olhar já não era de
tristeza, mas de paz.
No meu íntimo, agradeci ao Senhor e continuamos
conversando, desta vez sobre planetas. Ele me veio com essa: “Mãe, vi no atlas
que tem um planeta novo no sistema solar, sabia? Chama Sedna”. E enquanto eu
louvava ao Senhor em meu espírito, pesquisamos no google sobre astronomia…
Aceite o sofrimento na vida como
o método de Deus para nos aperfeiçoar e nos tornar parecidos com Jesus. Ensine
isso aos seus filhos, aproveitando momentos de abertura para compartilhar o
amor, a sabedoria e o propósito de Deus para eles. Só assim poderemos de fato
deixar um legado de fé não fingida aos nossos filhos.
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